Universidade, Faculdade?

#1 – MANIFESTO DE FACULDADE


Universidade, faculdade?

-Pra que serve a Universidade?
-Pra quem serve a Universidade?

As perguntas têm como objetivo a introdução no meandro que seguiremos em sequência. Se respondidas de forma ágil e imediata, são capazes de trazer na resposta algum tom de hostilidade, menosprezo, quando no mínimo algo bem crítico e amargo. Qualquer antipatia não é mera coincidência.

Antes de nos situarmos no assunto mais chato desta conversa vamos focar de uma forma agradável. Quando citamos a palavra “Ciência”, logo imaginamos homens de jaleco branco olhando em microscópios suas experimentações, ou matemáticos debruçados em cálculos intermináveis, coisas deste tipo. Pois é, na verdade a palavra “Ciência” não se comunica só nestes estereótipos, representa principalmente o efeito de estar Ciente de determinadas circunstâncias.

Por exemplo... Quando se começa um namoro existem coisas que só poderão ser expostas de forma devagar, sob pena de serem mal compreendidas. Neste começo de relacionamento é requisito a existência de docilidade, cordialidade, as pessoas que sabem disso normalmente não pegam muito pesado nas conversas, nas cobranças e até mesmo evitam demonstrações afetivas derramadas. Do contrário, o exagero no começo da relação afasta mais do que aproxima, traz um fim bem rápido, não prolonga nada.

Uns estão Cientes disso mais que outros, possuem mais facilidade de saber as variáveis que influenciam na efetivação do relacionamento amoroso. Neste sentido estas pessoas com essas malícias amorosas têm domínio de uma Ciência por que se fazem Cientes das causas e conseqüências que afetam a realidade, seja por talento inato, seja pelas experiências vividas.

Pois bem, a Ciência é o caminho em que se busca estar Ciente das coisas que lhe são aprazíveis, que lhe causam curiosidade, de coisas que de repente só interessam a você. Quanto mais investigar estes temas, interrogar, buscar respostas e vivenciar experimentações, mais praticará ser um Cientista dono de uma Ciência. No caminho da Ciência quanto mais puder haver a comprovação de suas respostas a outras pessoas, mais essa (Ciência) será respeitada, e mais causará paz nos corações dos Cientistas vindouros. Além do fato que todo legado científico criado será posteriormente apurado e aperfeiçoado.

A Ciência tem como princípio basilar a Faculdade*.

A Faculdade é o exercício do Direito à propriedade do seu verdadeiro Poder-Fazer, são suas possibilidades, tuas buscas, teus interesses.

Feita as pazes com a Ciência (livre, investigativa, curiosa, insistente, dinâmica, sagaz, e por vezes felizmente incerta) podemos começar a discutir qual o objetivo da Universidade, que alguns despercebidos ousam chamar de Faculdade.

-As Avaliações pra que servem?

O tempo de Ciência de cada um é diferente, e a na Universidade parece que ninguém pratica isso. Os humanos quando se alimentam eles precisam de um tempo pra digerir o alimento, cada humano tem seu próprio metabolismo e apesar das semelhanças todos são diferentes até mesmo os irmãos gêmeos.

O Professor ensina (reproduz um discurso decorado, chato, superficial, preconceituoso e que inclusive é repetido várias vezes por semana, afinal o professor tem a obrigação de ensinar, pois do contrário fica sem pagar as contas do final do mês, ou se tem uma riqueza de família e inova muito nas aulas ministradas sofre uma massiva retaliação da coordenação acadêmica ou até dos alunos impregnados de caretas com medo de não conseguirem ser “nada” na vida) e apesar de tudo o conteúdo pode ser entendido de maneiras diversas pelos alunos, uns formam opinião bem rápido, outros demoram meses a utilizarem aquele determinado saber, e outros nunca vão conseguir tocar naquele assunto acadêmico com as próprias palavras.

Essa capacidade de cada um fazer da sua forma e entender a sua maneira é estrangulada pelas Avaliações Periódicas, elas visam adequar o corpo de alunos num discurso limitado. Visam conformá-los a não interpretarem os fatos além daquilo que são cobrados por obrigação. 

As Avaliações são uma forma de coerção objetivam o rapto dasCiências próprias, do gozo livre das próprias Faculdades. Após Dois ou Três meses de curso ininterrupto é aplicado uma série de Provas onde os alunos são avaliados por como reproduzem aquilo que foi jogado na cara deles. Em três meses um aluno tem a capacidade de entender e começar a praticar em seu dia-a-dia apenas UM ÚNICO OBJETO DE ESTUDO. Talvez seja por isso que num semestre um curso oficial de graduação de toque no mínimo em mais de 120 assuntos, para confundir, e não deixar ninguém pensar bem sobre o que está a aprender.

Referência alguma é aprofundada, e se quiser se aprofundar em algum tema, ainda enfrenta o medo de ser constantemente reprovado, afinal o tempo que dedica pesquisando com suas Faculdades, é o mesmo tempo que deixa de se dedicar decorando os discursos superficiais que são cobrados.

Falamos do tempo de maturação da informação, agora, e seu exercício?

Pode ser que alguns cursos disfarcem as experimentações científicas necessárias a se alcançar conhecimento aprofundado ao longo do curso, sob o rótulo de “estágio profissional”, que nada mais são do que semestres do final da graduação em que normalmente você é explorado como força de trabalho e finge que está ganhando experiência profissional e científica.

É... Mais uma vez a Universidade foge da sua verdadeira finalidade.

Acaba a graduação. O “Formando” busca desesperadamente um emprego público ou qualquer coisa que o remunere na garantia de ver amenizada sua insegurança alimentar. No tempo todo que o Graduado permaneceu na Faculdade, não teve nenhuma outra Faculdade que não fosse o desespero relativo ao sentimento de reprovação sempre iminente quando
se decide “sair da linha”.

O sentimento de OBRIGAÇÃO toma conta dos alunos, FICAM DESANIMADOS A TIRAREM AS SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES, afinal é perda de tempo, ninguém verá honrarias e méritos refletidos no ambiente acadêmico, só uma profunda APATIA.

Os Professores se preocupam mais em repassar o discurso repetitivo, do que com as dúvidas, questionamentos, sugestões, curiosidades (salvo quando esta desatenção com os alunos ameaça o cargo do medíocre professor). As questões menos homogêneas passam a ameaçar aqueles que têm OBRIGAÇÃO de repassar o conteúdo estabelecido pela coordenação acadêmica. Controvérsias não são permitidas. O pseudo-professor passa a ser um Carrasco que executa o conteúdo programático, não sugestiona, não cria curiosidades só sacrifica o respeito à diversidade ao adestrado CONFORMISMO.

O que legitima este assassinato do CONHECIMENTO é o que os doutores chamam de Diretrizes de Base (estabelecidas pelo MEC. = Merda de Ensino no Cabresto) que ditam como uma Disciplina irá ser objetivamente pedagógica. Numa linguagem mais vulgar... É posto VENENO em seu alimento intelectual, que te transforma num Zumbi, num Morto-Vivo.

- Por quê?

- Já pensou nos Psicólogos que poderiam ser formados no conhecimento aprofundado das Ciências desenvolvidas por Carl Gustav Jung?

- Já pensou nos Físicos que poderiam ser formados no conhecimento aprofundado das Ciências desenvolvidas por Fritjof Capra?

- Já pensou nos Psiquiatras que poderiam ser formados no conhecimento aprofundado das Ciências desenvolvidas por Timothy Francis Leary?

- Já pensou nos Arquitetos que poderiam ser formados no conhecimento aprofundado das Ciências desenvolvidas por Antoni Gaudí?

Uma sociedade formada por indivíduos bem formados e informados, experientes e experimentados, levaria o país a ser uma nação auto-sustentável, independente e não mais uma colônia de exploração. Não é pra menos, alguns possuidores do Poder impedem o crescimento intelectual acadêmico, envenenando a Ciência com outros objetivos que não o Puro Conhecer, afinal Conhecer é Poder-Fazer, bem e além do comum.

A Universidade não se propõe a fazer nenhum Aluno um “entendido” numa disciplina, ela quer perpetuar a ilusão dos homens alcançarem um status social notório, lograrem a garantia contra insegurança alimentar ou até mesmo extravasar traumas em desejos extravagantes de desperdício.

Para toda essa situação obscura citada acima, existe uma solução! Que não vai te fazer abandonar nenhum sonho material em troca de uma vida humildade.

É o seguinte. Em cada semestre de graduação escolha algum assunto que lhe cause interesse. Busque informações, investigue, procure correspondências, experiente o conhecimento! Em plano de fundo deixe seu corpo te levar as aulas ministradas pelos Mestres de Zumbis, assista com respeito as aulas, veja além do que é repassado, perceba o que naquela informação está corrompido, destorcido. Reflita a sua maneira e corrija internamente as confusões repassadas. 

O conhecimento que libertar destas investigações, te fará se dar bem, em pouco tempo, em todas as disciplinas ministradas. As aulas são limitadas e o objetivo dessas investigações e indagações é libertar e não aprisionar, logo estará livre para participar com aquela cota limitada que é cobrada, tendo muito mais disposto que não precisará para aquele “papel” dali.

Procure discretamente semelhantes, converse, troque informações sobre as experiências e experimentações, disponibilizem as conclusões desta Ciência própria em algum Banco de Dados virtual ou físico, deixe disponível para aquele que procurar sedento por conhecimento. Este costume depois de um tempo, transforma a universidade e a coloca de volta a seu posto de lugar de exercício de Faculdades, de troca de informações, de centro de conhecimento. Desta maneira a Universidade que foi distorcida para se destinar a domesticar humanos em condutas limitadas (que são exploradas economicamente por grupos antigos do mundo) passará ao revés a ser uma eficaz ferramenta de mudança de
realidade como conseqüência do sagrado ESCLARECIMENTO*.

Exercitem suas diferenças, respeitem para serem respeitados, sejam discretos!

Conhecei-vos!

E deixe a Ciência disponível àqueles que querem se libertar.

Este é o melhor exercício da Faculdade...

Por Dom Pêxi


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Este orgulhosamente não é uma artigo acadêmico!

* Faculdade - s. f. 1. Poder de efetuar. 2. Capacidade. 3. Autoridade para decidir ou resolver. 4. Dom natural.
5. Virtude, propriedade. 6. Possibilidade. 7. Direito, poder. 8. Ocasião, ensejo. 9. Licença, permissão. 10. Cada
uma das ciências professadas na Universidade.

*Esclarecimento - s. m. 1. Ato ou efeito de esclarecer. 2. Explicação. 3. Clareza. 4. Informação. 5. Comentário.
6. Elucidação.

*Esclarecer (ê) v. tr. 1. Dar ou comunicar luz ou claridade a. 2. Iluminar. 3. Tornar claro (o obscuro ou
duvidoso). 4. Explicar, elucidar. 5. Ilustrar. v. intr. 6. Tornar-se límpido (o céu, o tempo). 7. Amanhecer.
8. Iluminar, alumiar.v. pron. 9. Tornar-se claro (o obscuro ou desconhecido). 10. Elucidar-se. 11. Informar-se.
12. Ilustrar-se.

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